domingo, 13 de julho de 2008

Entrevista Donavon Frankenreiter

Entrevista com Róisín Murphy

Ben Harper fecha palco Optimus

Ben Harper é assim: pode vir dez vezes por ano a Portugal que dez vezes teria casa cheia. O norte-americano transporta com ele uma aura qualquer que apesar de toda a gente dizer "Ben Harper? Já o vi...", consegue sempre criar um ambiente que vai da festa, passando pelos beijinhos à namorada (ou vice-versa, conforme a apetência para o oposto) até às manifestações de mão no ar e punho erguido.

E hoje voltou a ser assim. A fita na cabeça denunciava um concerto mais descontraído, sem compromissos de promoção discográfica. Então Ben - e os seus refinadíssimos Innocent Criminals - passeou-se pelos grandes êxitos da carreira ("Diamonds On The Inside", com Donavon Frankenreiter, "Burn One Down" ou ""), mas também por outros mais antigos, mas menos escutados, ou já esquecidos: "Jah Work", "Excuse Me Mr." ou "Use Me". E, claro, o "mel" para agarrar a fofinha ou o fofinho e dar uns beijinhos ao som de "Waiting For You" ou "Gold To Me".

Ben não se dirigiu muito ao público. Não precisava de o fazer: o olhar fala por ele, quando se comove e se arrepia com o calor que vem do público a chamar por ele e pela banda. Fica para o fim a fase de maior diálogo com as gentes que ficam até ao fim do último dia do Optimus Alive!08, para pedir um dueto em português de "Boa Sorte (Good Luck)" de Vanessa da Mata. O resultado foi bonito. A terminar, a mensagem de esperança com "With My Own Two Hands" com a letra de "Small Axe", de Bob Marley, à mistura.

A festa termina em grande no Metro On Stage, para onde todos se dirigiram para ouvir Brodinski e os MSTRKRFT. Afinal de contas, amanhã é domingo e pode dormir-se até mais tarde.


Um virtuoso com Neil Young

Quem viu a excelente prestação de Neil Young no Optimus Alive08! certamente terá reparado nas mãos enrugadas de Ben Keith, bastante focadas nos ecrãs gigantes durante o set mais acústico do concerto.

Brilhou em Algés em "Old Man", "Heart of Gold" e "Back to the Country" com o "choradinho" que arranca da sua pedal steel guitar e, apesar de "Comes a Time" ter ficado de fora, mostrou por que razão é um dos mais respeitados músicos norte-americanos.

Como músico de sessão, Ben Keith tocou em Nashville com figuras lendárias da música country como Patsy Cline, e depois de tocar em "Harvest" para o mestre Young, passou a ser requisitado igualmente pelo mundo do rock: de J.J. Cale a Todd Rundgren, de Linda Ronstadt e à The Band, entre muitos outros. Podemos ouvir a sua pedal steel igualmente em discos de Emmylou Harris, Willie Nelson, Waylon Jennings e, claro, de Neil Young.
Em 1995 foi ele quem produziu o primeiro disco de Jewel, "Pieces of You".

O rock que não é de velhos

Chamam-lhe o pai do grunge. Há quem o apelide também avô dos Pearl Jam. Neil Young, 63 anos, acabou de dar mais uma prova de como o tempo parece não passar por ele. No Optimus Alive!08, o músico canadiano levou o público a uma viagem de mais de duas horas aos diferentes ambientes sonoros que marcaram uma longa carreira.

Do rock mais suado de “Rockin’ in a free world” às incursões mais melódicas de “The needle and the damage done”. Um dos momentos altos da noite aconteceu com “Cortez the Killer”, com os músicos a repetirem sequências até à exaustão, enquanto Young divagava na guitarra. No ecrã gigante a lua. Para o encore, uma surpresa: "A day in life", dos Beatles.




André Rito

sábado, 12 de julho de 2008

Metro On Stage volta a encher

A tenda Metro On Stage voltou, esta noite, a ser pequena demais para os fãs de Róisín Murphy e Gossip.

Primeiro foi a ex-Moloko a subir ao palco. A irlandesa, acompanhada por uma enorme banda, entusiasmou os presentes com a sua doce electrónica, que mistura o funk com o jazz. A cantora apresentou-se muito dançante, a trocar de fatiota quase entre cada tema, e a interagir muito com o público tendo sido audíveis vários "I Love You Lisbon".



Depois disso foram os Gossip a abanar a tenda. A voluptuosa Beth Ditto é um poço de energia e tem energia para dar e vender. Além de ser uma "show-woman", com a capacidade de prender atenções e fazer o público dançar, bater palmas, gritar e rir. "I think my titties are going to jump of!"; "Two words for you: 'ass' 'panking'". É uma desbocada!

Um Oásis num deserto

Quando o calor aperta, nada melhor que uma mangueirada ou um repouso à sombra. É como encontrar um Oásis no deserto. E a verdade é que é mesmo. "Oasis by The Do Lab" é o nome do espaço dedicado à música alternativa, teatro e a muita água mesmo.

"The Do Lab" é o nome do grupo que sobe ao palco deste Oasis, várias vezes ao dia, durante o festival. A companhia californiana viu o seu espectáculo ser referido como "o melhor à face da terra" pela revista "Vogue". Melhor que esta crítica só mesmo asistir e refrescar-se neste som cheio de vitalidade. Perfeito para recarregar baterias.

No vídeo, a entrevista com Dream Rockwell, directora da companhia californiana "The Do Lab".

Álvaro Covões faz o balanço do festival

Donavon Frankenreiter: o surfista que se tornou músico



No palco Optimus toca agora Donavon Frankereiter. O músico surfista optou por um alinhamento muito "cool" para festival e não se preocupou em apresentar temas do novo álbum que deverá ser editado em Agosto.

Donavon começou por apresentar desde logo os temas mais conhecidos da carreira: "Free", "On My Mind", "Our Love", "Bend in the Road" ou "What 'Cha Know About". Depois de conquistado o público, o músico conseguiu partir então para um espectáculo mais virado para o improviso, tipo "jam session", como gosta tanto de fazer com a sua guitarra eléctrica. Sem dúvida, um concerto bem acolhedor e que aquece o público para o vento que se levanta, mas também para o espectáculo de Neil Young, que vem já a seguir...

Space pop que veio da Austrália


Os Midnight Juggernatus também já tocam no Metro On Stage. Os australianos, envoltos em muito fumo, estão a mostrar pela primeira vez aos festivaleiros portugueses o space-indie-pop que veio da Austrália.

O METRO deixa aqui uma entervista com Andy Juggernaut, o baixista da banda, que fala à banda sobre a estreia em Portugal:

Como tem sido a digressão?
Muito boa. Toda a Europa é linda, tem muita história e cultura. É espectacular tocar para grandes públicos.

Quais as diferenças entre públicos?
Na Europa ouve-se música de uma forma positiva. São amantes de música. Nota-se mais diferença no Japão: são mais calados, mas ouvem muito a música. Mas também temos o inverso: por exemplo, em Barcelona, tivemos talvez um dos públicos mais enérgicos da nossa carreira. As pessoas divertiram-se e dançaram muito.

Vão ter no mesmo dia do vosso concerto alguns amigos vossos, como os MSTRKRFT.
Isso é óptimo! Uma das coisas que mais gostamos nos circuitos de festivais é que conhecemos bandas novas e tornamo-nos amigos.

A revista “Rolling Stone” descreve a vossa música como um cruzamento entre David Bowie, Kraftwerk e Faust. O que pensa disso?
É bom ser comparado a essas bandas, mas eu não levo isso a sério. Não gostamos de nos comparar com os artistas que já andam nisto há muitos anos. Nós somos uma banda nova que procura criar história. É óptimo dizerem coisas boas sobre nós, mas às vezes também dizem más...

Então que tipo de música fazem vocês?
Gostamos os três de vários tipos de música, portanto são várias influências e estilos. É muito dançante, em determinadas alturas, mas também gostamos de explorar outros ambientes e ter envolvimento mais cinemático e atmosférico. Resumindo talvez seja um “indie-dance” ou “space pop”...

E como são os concertos?
São um pouco diferentes do disco, porque apresentamo-nos como uma banda tradicional, com um som mais cru e com uma diferente interpretação, muito enérgico.
É mais um espectáculo de rock do que de electrónica. Gostamos de ver as pessoas a dançar e a mexer. Sempre gostámos dessa filosofia de concerto de rock.

O facto de aparecerem como uma banda normal e não como DJ permite mais interacção com o público?
Acho que sim. É importante lembrar que somos uma banda normal e não temos DJ. Escrevemos a nossa música da maneira tradicional, com guitarra e teclados. Ao vivo as pessoas sentem que existe ali uma propensão para o falhanço, por ser ao vivo.

Foi um pouco isto que se pode comprovar no Metro On Stage. Mesmo não tendo muitos fãs conhecedores da sua música, a banda foi conquistando aos poucos os muitos presentes na tenda. Nota para a energia do baterista Daniel Striker, que contribui muito para a transformação do estilo electrónico da banda num concerto mais rock. A voz de Vincenzi Vendetta, que está também encarregue das programações, faz lembrar o timbre de David Bowie.


O concerto foi sempre muito enérgico. Mas, como não podia deixar de ser, os temas "Road To Recovery" e "Into The Galaxy" levaram o público a um êxtase maior.

Entrevista com Xavier Rudd

A ciência entre a música

Não só de música se faz o Optimus Alive!08. Desengane-se quem pense que quem visita os festivais não se interessa por ciência. Prova disso é o espaço dedicado à investigação, onde cada festivaleiro pode procurar respostas para a pergunta mais estranha. Em parceria com o Instituto Gulbenkian da Ciência, a organização do festival criou um espaço onde se mistura um "speed dating" científico com uma cozinha muito especial. O METRO mostra-lhe o que ambos podem ter em comum.

Xavier Rudd: a difícil simplicidade de processos


Parece simples o som que Xavier Rudd constrói ali no palco. Sozinho - apenas acompanhado de quando em vez por um baterista que vai mantendo o tempo - Xavier está lá em palco, por trás de uma tremenda panóplia de instrumentos: didgeridoo, pratos, guitarras, tarolas, ferros... Não se amedronta nem se intimida, quando simplesmente se poderia esconder atrás de todo aquele material. Xavier não. O australiano mostra-se, levanta os braços, faz a wisenborn que tem no colo distorcer o som, prolonga a distorção, à espera de uma reacção do público.

Quem está lá no meio mostra-se impressionado com aquilo que o músico faz em palco. Uma única pessoa que produz tantos sons, com tamanha coordenação. Por vezes até parece que se está numa pista de dança. Mas não. Não é esse o ambiente que se vive no recinto. É tudo mais na ordem das boas vibrações. Reggae - e tudo o que daí advém - e mensagem de paz, amor pelo próximo e "tratem da mãe natureza". Com este ambiente, é natural que se comece a ver fumo que não o de tabaco.


E está-se bem, em Algés.

Veja daqui a pouco uma entrevista com Xavier Rudd, antes de subir ao palco Optimus.

A simpatia de Bradiggan

Os Bradiggan já começaram a tocar no palco Optimus. A banda arrancou com um som morno e melódico. Um bom mote para o que se espera da tarde.

Brad Corrigan (antigo membro dos Dispatch) tem-se dirigido muito ao público que ainda não é muito. O vocalista parece estar já a lançar a escada a outras oportunidades de concerto em Portugal, tentando cativar o público com a simpatia.

Já a seguir, o australiano Xavier Rudd.


O início do terceiro dia


E eis que arranca o último dia do Optimus Alive!08.

Com mais calor do que ontem, espera-se um dia um pouco mais composto. Sobretudo pela presença da companhia "good vibes": Xavier Rudd (18h), Donavon Frankenreiter (19h50) e mais tarde, a fechar o palco Optimus, Ben Harper And The Innocent Criminals (00h10).

Antes disso, o velhote da noite. Por certo que dará um espectáculo bem mais entusiasmante que ontem o de Bob Dylan. Ou não fosse Neil Young um dos pais do rock. O canadiano sobe ao palco às 21h40.

No Metro On Stage nota para os sons electro-indie-rock dos Midnight Juggernauts (19h20) e Gossip (22h30). Pelo meio toca a ex-vocalista dos Moloko, Rosin Murphy (21h). Com um alinhamento destes, não se espera outra coisa do que uma tenda cheia, à semelhança do que aconteceu no primeiro dia. A noite fecha com os DJ Bodinski e MSTRKRFT.

O Metro vai acompanhar tudo. Fique ligado.

Buraka Som Sistema: Os pupilos do kuduro


Com muitos gritos a chamar por Lisboa, os Buraka Som Sistema fizeram a festa que se exigia para o fim de noite. Depois de uma tarde com concertos morninhos, a banda de kuduro progressivo teve a capacidade de reunir em frente ao palco Optimus os festivaleiros que vieram até ao Passeio Marítimo de Algés e levaram o público ao delírio com as suas batidas agressivas, pesadas, distorcidas e mixadas.

E valeu meter tudo: Prodigy, M.I.A, Daft Punk e até AC/DC! Isto, claro, sem contar com os temas mais conhecidos como "Yah" ou "Cozi o Mambo". Pac, dos Da Weasel, também subiu ao palco para cantar em "Dialectos da Ternura". Um fim de noite em cheio, muito dançante e festivo. Os Buraka Som Sistema foram a animação o que faltou durante todo o dia.





Uma nota final para Kalaf e Lil'John, vocalistas e MC dos Buraka Som Sistema: animados e a animar. Impossível resisitir aos apelos de festa que vinham do palco. "Vocês têm de baixar porra!". Assim seja!

Within Temptation

Os Within Temptation tocaram no palco Optimus logo a seguir a Bob Dylan. A banda holandesa, apesar de um pouco deslocada do contexto da noite - até porque são a única banda metal do cartaz - conseguiu dar um bom espectáculo graças ao ambiente cénico que criam, conjugado com um metal sinfónico, muito instrumental.





Fica aqui uma entrevista que o METRO fez com Robert Westerholt, guitarrista dos Within Temptation, antes da banda subir ao palco.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Bob Dylan: o concerto esperado

Bob Dylan já está em palco. O norte-americano entrou em palco para o concerto mais esperado da noite, com chapéu de cowboy. Mas deixou muito a desejar. Não se sabe se o faz contra vontade, se já deu tudo o que tinha a dar à música ou não. Ou se só tem vontade de fazer discos...

Dylan é assim: entrou em palco e nada disse. Sentou-se atrás do órgão, vestido de preto, com um chapéu enorme a tapar a cara. E desfilou músicas em ritmos blues: pouco volume, pouca electricidade. E quando falamos em pouca electricidade falamos mesmo dos watts que iluminam o palco: muito simples, praticamente com um foco para cada músico que acompanha Dylan.

Êxitos, quase nem vê-los. Ou ouvi-los. Até porque Bob Dylan optou, com o passar dos anos, dar uma nova roupagem a temas como "All Along The Watchtower". Para o fim, e porque não podia faltar - e em tom de "vá lá..." - Dylan tocou "Like A Rolling Stone".

Um concerto entusiasmante apenas para fãs. Mas também seja feita justiça: Dylan não precisa de captar mais atenções ou criar novos fãs. Já o fez ao longo dos anos. Porém, se calhar, não lhe ficaria mal olhar amanhã para o concerto de Neil Young. Por certo bem mais entusiasmante.

Espaço Batman "The Dark Knight"




A antecipar a estreia do novo filme de Batman "The Dark Knight - O Cavaleiro das Trevas", no próximo dia 24 de Julho, o Optimus Alive!08 criou um espaço dedicado aos fãs da película e não só. Os amantes da aventura têm no Espaço Batman a oportunidade de experienciar as sensações da personagem no filme. Psycho Swing, um baloiço que faz um looping de 360 graus, tem sido um dos espaços mais visitados do festival.O METRO quis saber o que sente afinal Batman quando voa ou desce vertiginosamente a grande velocidade, na luta contra o mal.

No mesmo espaço, os visitantes podem ainda ganhar bilhetes para a anteestreia do filme, ou assistir a "trailers" e "making of" da película.

"The Dark Knight - O Cavaleiro das Trevas" tem como actor principal Christian Bale, no papel de Batman. Na luta contra o crime tem como rival e vilão da história a já conhecida personagem "Joker", interpretada nesta sequela pelo falecido Heath Ledger.

Entrevista com Hercules And Love Affair



Andy Butler, mentor do grupo electrónio Hercules And Love Affair fala ao METRO do projecto que criou há cinco anos em Nova Iorque e que resultou no primeiro disco do grupo. O músico explicou ainda como nasceu o tema "Blind", que conta com a presença de Antony Hegarty, dos Antony And The Johnsons.

John Butler embala fim de tarde

Depois da festa dos Kumpania Algazarra - prolongada em virtude do cancelamento dos Nouvelle Vague - chegou agora ao palco Optimus os sons australianos dos John Butler Trio.

O músico entrou em palco preparado para um concerto mais longo. Já sem os seus "drealocks" o músico, que vai alternando entre a guitarra e a wisenborn, está a puxar pelo público com os seus ritmos que misturam o rock, reggae e ska. São bons ambientes de fim de tarde que se vivem no Passeio Marítimo de Algés. Hoje, certamente, com muito menos gente do que ontem.




Vê-se também um público mais velho para ver Bob Dylan, que toca mais daqui a pouco. É belo este convívio pela música!

O palco Metro On Stage hoje está um pouco menos composto do que ontem. O desfile de música electrónica com os DJ da Ed Bangers Records continua. Por esta altura é Mr. Flash quem actua.

Para lá da música



Quem chega ao recinto do festival Optimus Alive, encontra um pouco de tudo. Há barracas para todos os gostos: cerveja, comida e tabaco são as mais concorridas - como não podia deixar de ser - e depois há uma zona própria para os mais variados lojistas darem a conhecer os seus produtos.

Tiago Verdaz, um estudante de 24 anos, passa o tempo a vender tabaco. “Vim para cá através de uma agência que me contratou. Só há duas barracas”, diz. O negócio está a correr bem, mas o dia de ontem, quinta-feira, foi de loucos. “Ontem havia muitas pessoas, sobretudo à noite, por causa dos Rage Against The Machine. Havia filas enormes. Se cada caixa tem cinco mil cigarros, devem ter sido vendidos para ai uns dez mil cigarros”, conta.


Como a barraca funciona por turnos, Tiago está a trabalhar desde que as portas abrem, às 17 horas, até às 22 horas. Tiago acaba por ser um privilegiado, já que devido à localização da barraca consegue ” ver os concertos”,

As barracas da cerveja são, como seria de esperar, das mais concorridas do festival. Tânia Martelinho, uma bancária de 24 anos, está encantada com a experiência de trabalhar no recinto. “Faço-o por que gosto, mas é a primeira vez que aqui estou. Ontem (quinta-feira) foi um dia muito complicado. Havia muita gente, muito movimento, foi horrível mesmo. Há noite, com os RATM a tocar, foi a loucura e bebeu-se muita cerveja. Mas quando acabaram os concertos veio muita gente beber água”, conta.
Tânia diz não ter ideia de quantos barris foram vendidos até agora (sexta-feira à tarde)”, mas garante terem sido muitos.

Por outro lado, Joaquim Pedreira, de 33 anos, já está habituado a trabalhar em festivais. A sua barraca “fast-food” está a ser um sucesso. “Estou cá desde a primeira edição, faço os festivais todos de verão e este está a correr muito bem. Nos intervalos vem sempre mais gente comer qualquer coisa e, às vezes, o problema é que as pessoas vêm todas à mesma hora”, explica, referindo que “este espírito de festival é muito giro e recomenda-se”.

Outra zona muito concorrida é a das barracas de comércio. Vende-se de tudo um pouco. Sérgio Serrano, de 30 anos, faz estampagem de t-shirts e está muito contente com o negócio. “Estamos aqui a mostrar o nosso produto e é a primeira vez que aqui venho. Tenho tido muita aceitação, apesar de haver forte concorrência”, conta. O problema, diz Sérgio, é que “há mais curiosos que compradores”, mas no geral “as pessoas gostam dos produtos e o balanço está a ser sem dúvida positivo”.

Excessos controlados


Depois de uma quinta-feira louca seriam de esperar alguns excessos, sobretudo devido ao consumo de bebidas alcoólicas. Fátima Madeira, coordenadora da Cruz Vermelha, faz o ponto da situação. “Ontem [quinta-feira] houve cerca de 100 atendimentos e algumas evacuações [idas para o hospital], mas não aconteceu nada de especial daquilo que é expectável que aconteça. Houve apenas pequenos traumatismos”, revela.
Fátima considera que “está tudo bem organizado” porque “a Cruz Vermelha tem meios para pequenas emergências, meios médicos, enfermeiros e equipamentos.”

Frederico Gonçalves

Nouvelle Vague cancelam concerto

O concerto dos franceses Nouvelle Vague foi cancelado há minutos.

De acordo com a organização, a banda não conseguiu ligação aérea entre França e Portugal. "Devido ao cancelamento do vôo Paris-Lisboa os Nouvelle Vague não vão actuar no Optimus Alive!08", lê-se no comunicado da Everything Is New.

Dessa forma, os John Butler Trio começam a tocar às 19h prolongando-se até mais tarde.

Por enquanto continua a festa da Kumpania Algazarra.



"Ao senhor Saramago"

Um verdadeiro manifesto. Sem palavras nem grandes discursos, os Rage Agains The Machine trocaram o megafone pelas descargas de electricidade de Tom Morello, e pela voz de Zack de La Rocha, arremessada com violência para um público a entoar os temas que marcaram o percurso da banda nos anos 90.

Foi assim o concerto dos quatro homens de Los Angeles, que encerrou o primeiro dia do Optimus Alive!08, a mostrar por que valeu a pena este reencontro, após sete anos de silêncio. Um dos poucos momentos que o vocalista se dirigiu ao público aconteceu já perto do fim. "Só uma pequena dedicatória a um homem que nasceu em Portugal, mas que hoje pertence ao mundo: Senhor José Saramago!", lançou Zack.

Para trás ficava um verdadeiro desfile de canções reconhecidas ao primeiro acorde – como "Bulls on Parade", "A bullet in your head" ou "Know your enemy" - e o hino da Internacional Socialista a adivinhar o encore, explosivo, ao som de "Killing in the name".

André Rito

Gogol Bordello: a entrevista


Eugene Hütz, vocalista e criador dos Gogol Bordello, fala ao METRO sobre o regresso a Portugal.

O início do segundo dia

As portas do Passeio Marítimo de Algés já abriram.

O dia hoje promete ser um pouco mais calminho, depois da noite de Rage Against The Machine. Os ritmos de Bob Dylan, John Butler Trio e Nouvelle Vague garantem maior descontracção e maior contemplação.

Ainda assim, a alegria dos Kumpania Algazarra, que abrem o palco Optimus às 17h, o metal sinfónico dos Within Temptation e o kuduro progressivo dos Buraka Som Sistema (que fecham a noite) não vão deixar o público sentado.

No Metro On Stage, os portugueses Unfair abrem as hostilidades, também às 17h. O resto do dia promete ser de dança, com os DJ e artistas da editora Ed Bangers Records.

O METRO vai acompanhar tudo. Fiquem ligados.

RATM encerram primeiro dia


Os Rage Against The Machine encerraram o primeiro dia do festival Optimus Alive!08. A banda de Los Angeles apresentou-se numa excelente forma no palco principal. Zack de la Rocha - talvez por ter estado oito anos arredado da alta roda do mundo da música - mantém a voz aguda intocável. O vocalista atinge na perfeição os gritos mais agudos, por exemplo, "Killing In The Name Of" (canção com que encerraram a participação em Portugal), "Bulls On Parade" ou "Calm Like A Bomb".

O concerto acabou por ser um desfile das canções da banda. Os RATM não têm novas músicas para apresentar, pelo que passam em revista os temas que fizeram deles umas das bandas mais mediáticas dos anos 90. E com a conjugação perfeita de rock, punk, hardcore e hip-hop.






Gogol Bordello: as fotos!



E eis que aparecem os Rage Against The Machine

Os Rage Against The Machine já começaram a tocar. A banda norte-americana, em palco com o cenário habitual de um pano preto com uma estrela vermelha, fez soar os primeiros acordes à uma da madrugada

Assim que os quatro membros entraram em palco foi uma explosão de emoção no recinto do Passeio Marítimo de Algés. Zack de la Rocha saudou a multidão e anunciou: "Somos os RATM de Los Angeles". A partir daí foi soar "Testify", o primeiro tema da noite logo seguido de "Bulls On Parade" e "People Of The Sun".

Entretanto, no Metro On Stage começam os sons mais dançantes com Tiga e Boys Noize. A festa ainda dura.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Peaches faz tremer Metro On Stage


Peaches fez um concerto diferente daqueles a que tem habituado os portugueses. A canadiana actuou no Metro On Stage - em mais um concerto que registou uma enchente da tenda - a fazer um set de DJ. Mas, tal como tinha prometido, não se deixou ficar atrás dos pratos. Não tem esse feitio no sangue.

A cantora (DJ na circunstância) fez questão de entusiasmar o público, quer através dos moviementos em palco, quer através do som. Peaches misturou temas de outras bandas com alguns da sua carreira, sempre em tom rock misturado com ritmos dance. E nem sequer faltaram os temas mais conhecidos da canadiana, como "Fuck The Pain Away".



No Metro On Stage começaram a tocar agora os Hercules And Love Affair. Em declarações ao METRO (que vão poder ser vistas aqui mais tarde), o vocalista e mentor do grupo Andy Butler explicou que a banda toca com oito elementos em palco: além de vozes e equipamento electrónico, estão também instrumentistas de sopro. Uma entrevista a não perder.

Punk sueco na sequência do punk cigano


Entretanto, no palco Optimus e depois de uma verdadeira descarga de energia, seguiram-se os suecos The Hives. Muitos riffs de punk da escandinávia, de fatinhos e gravatinhas bem subidas. E o bom humor do vocalista Howlin' Pelle Almqvist, sempre muito comunicativo com o público. Além dos temas do novo álbum, "Black & White", claro que não podiam faltar canções como "Main Offender", "Walk Idiot Walk", "Hate to Say I Told You So".

Kalashnikov em entrevista


O METRO falou com os Kalashnikov logo após o concerto de abertura do Optimus Alive!08. A banda contou com a presença do vocalista dos Moonspell, Fernando Ribeiro, em palco.

Gogol Bordello incendeiam

Já estão em palco os Gogol Bordello. A banda de punk cigano liderada por Eugene Hütz entrou a toda a velocidade e não abrandou o ritmo.

O METRO vai apresentar em breve uma entrevista em vídeo com o líder dos Gogol Bordello.

O efeito MGMT


Começaram com vinte minutos de atraso. Algo que não se verifica muitas vezes. Vinham com rótulos de estrelas em ascenção e não desiludiram. Os MGMT apresentaram-se no palco Metro On Stage para mostrar "Oracular Spectacular" e assim o fizeram. A banda entrou com um ritmo lento, com os temas mais brandos do álbum ("Pieces of What" ou "The Youth") e só depois partiram para algo mais dançante ("Time To Pretend", "Kids" ou "Electric Feel").

O público respondeu muito bem. E, mais uma vez, uma tenda lotada dançou entusiasticamente. A banda foi respondendo, paulatinamente, com alguns piropos: "You Are 'bué fixe'", disse o vocalista Andrew VanWyngarden.

Os efeitos de uma tarde quente



Os Kalashnikov foram a primeira banda a subir ao palco Optimus com muitas palavras de ordem contra o capitalismo e a pedir guerra. "Agora que a paz morreu, vamos fazer guerra", diz o vocalista e apresentador de televisão Jel. O mosh não faltou com os temas "Warriors of the Hezzbollah", "Peace Is Dead" ou "George Bush Bin Laden One Love". Mais negra se tornou a actuação com a subida ao palco do vocalista dos Moonspell Fernando Ribeiro.

Mas a enérgica entrada dos Kalashnikov acabou por ser um pouco acima do que o festival estava a pedir. Depois de um concerto tão enérgico e agressivo, o público acolheu um Galactic que acabaram por sentar um pouco o público, com melodias a misturar o funk e o hip-hop, pouco conhecidas dos festivaleiros que apareceram pelo Passeio Marítimo de Algés.


A verdadeira festa começou a desenhar-se no palco Metro On Stage. Sobretudo com os Vampire Weekend que ajudaram a lotar a tenda. Ezra Koenig e seus pares puseram o espaço em delírio com os temas do primeiro álbum homónimo.