sexta-feira, 11 de julho de 2008

Para lá da música



Quem chega ao recinto do festival Optimus Alive, encontra um pouco de tudo. Há barracas para todos os gostos: cerveja, comida e tabaco são as mais concorridas - como não podia deixar de ser - e depois há uma zona própria para os mais variados lojistas darem a conhecer os seus produtos.

Tiago Verdaz, um estudante de 24 anos, passa o tempo a vender tabaco. “Vim para cá através de uma agência que me contratou. Só há duas barracas”, diz. O negócio está a correr bem, mas o dia de ontem, quinta-feira, foi de loucos. “Ontem havia muitas pessoas, sobretudo à noite, por causa dos Rage Against The Machine. Havia filas enormes. Se cada caixa tem cinco mil cigarros, devem ter sido vendidos para ai uns dez mil cigarros”, conta.


Como a barraca funciona por turnos, Tiago está a trabalhar desde que as portas abrem, às 17 horas, até às 22 horas. Tiago acaba por ser um privilegiado, já que devido à localização da barraca consegue ” ver os concertos”,

As barracas da cerveja são, como seria de esperar, das mais concorridas do festival. Tânia Martelinho, uma bancária de 24 anos, está encantada com a experiência de trabalhar no recinto. “Faço-o por que gosto, mas é a primeira vez que aqui estou. Ontem (quinta-feira) foi um dia muito complicado. Havia muita gente, muito movimento, foi horrível mesmo. Há noite, com os RATM a tocar, foi a loucura e bebeu-se muita cerveja. Mas quando acabaram os concertos veio muita gente beber água”, conta.
Tânia diz não ter ideia de quantos barris foram vendidos até agora (sexta-feira à tarde)”, mas garante terem sido muitos.

Por outro lado, Joaquim Pedreira, de 33 anos, já está habituado a trabalhar em festivais. A sua barraca “fast-food” está a ser um sucesso. “Estou cá desde a primeira edição, faço os festivais todos de verão e este está a correr muito bem. Nos intervalos vem sempre mais gente comer qualquer coisa e, às vezes, o problema é que as pessoas vêm todas à mesma hora”, explica, referindo que “este espírito de festival é muito giro e recomenda-se”.

Outra zona muito concorrida é a das barracas de comércio. Vende-se de tudo um pouco. Sérgio Serrano, de 30 anos, faz estampagem de t-shirts e está muito contente com o negócio. “Estamos aqui a mostrar o nosso produto e é a primeira vez que aqui venho. Tenho tido muita aceitação, apesar de haver forte concorrência”, conta. O problema, diz Sérgio, é que “há mais curiosos que compradores”, mas no geral “as pessoas gostam dos produtos e o balanço está a ser sem dúvida positivo”.

Excessos controlados


Depois de uma quinta-feira louca seriam de esperar alguns excessos, sobretudo devido ao consumo de bebidas alcoólicas. Fátima Madeira, coordenadora da Cruz Vermelha, faz o ponto da situação. “Ontem [quinta-feira] houve cerca de 100 atendimentos e algumas evacuações [idas para o hospital], mas não aconteceu nada de especial daquilo que é expectável que aconteça. Houve apenas pequenos traumatismos”, revela.
Fátima considera que “está tudo bem organizado” porque “a Cruz Vermelha tem meios para pequenas emergências, meios médicos, enfermeiros e equipamentos.”

Frederico Gonçalves

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